Queria poder
ter visto
por trás do
pasto seco
a aurora de
minha vida:
sem destino
e sem ecos,
minha vida
vai aos barrancos
entrincheirar-se
da vontade
aguda de
escutar, sem força,
macerada a pontiaguda
alvorada
da noite a
se condensar.
Mas queria,
ainda mais, eu,
filho da
podridão deste
cenário, burilar
a cintilante
escuridão
de várias estrelas,
mas quem dera,
ter-me eu
a profusão
de uma centelha,
o cheiro
adocicado de sangue
vertendo das
veias abertas
do meu
continente adormecido,
poder ver
além-muro, além-céu:
a minha
liberdade fagueira
por entre
as laranjeiras
que o chão
não sustenta mais.
(02/04/2014
– Santa Maria)