Pergunto a
ti, depois de crido,
onde é que
mora o Desejo?
Responde-me,
anunciando alto,
que vácuo
agudo é a sua morada.
Mora o Desejo,
também, na confluência do ocaso,
perdido e
vago, nas andanças amargas da vida!
Se por além
do muro vejo um rato:
bestializado
(objeto místico)
ser retratado
e musicalizado.
Além do
muro serei eu um rato sujo.
Mas a causa
maior desta vida alheia;
a Morte em
casa descansa os pés num banco
por estar, de
leito em leito,
buscando a
alma deles — dos outros —
e a mim irá
buscar, no além-mar,
(candura e
música), quando me fizer
estar completo,
repleto de paixões mundanas,
sem mais
ter por onde navegar na manhã fria.
(27/06/2014
– Ijuí)