E a beleza encantadora:
eu a tenho
empenhada no seio.
Aberto o peito,
retenho o silvo
de um sussurro encantador;
nada do que outro silvo
por ser sobre amor
o tema do filme.
E a beleza encantadora:
eu a suponho
lucidamente em meu crânio.
No que o amor estiver
serei adepto do canibalismo
metafísico da dor.
Posto que ame:
num dia se apanha,
noutro se ganha.
Mas sabe-se agora
que o amor demora,
que a profanação da boca
é cerrada com um beijo.
Não tenho receio
de dizer bobagens.
— “Se tenho medo?”
É por molecagem
de dizer anedota.
Abrimos as portas
e: “Viva o mundo!”
E a beleza encantadora
tenho na vida amadora
de ser um tanto que estranho,
reter na boca o beijo cálido,
perder a cor do estado gélido
e derreter como o gelo no fogo.
Tudo isso num beijo de amor...
(22/10/2014 – Ijuí)
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