Derrames sobre mim todo teu júbilo
E consumas-me todo, em um segundo,
Pois mais ardente que o fogo da alma
São os lençóis da cama quando te anuncias.
E não há de ser maior o excesso
De loucuras, sensações e palavras ordinárias
Deturpando o momento em libertinagem pura,
Naufragando a nau do corpo em ti e em mim.
Embora eu saiba que outro em ti está agora
O que me resta se não o isolamento completo?
Calado eu sofro os dias todos: ao canto,
Sem nada procurar, estando só, nu e bestializado.
(10/02/2016 – Ijuí)