sexta-feira, 1 de abril de 2016

Vida à pedra II














Uma terna lira posta
sobre minhas mãos calosas;
de calos das lidas. Rosas
que, de espinhos, são compostas.

Do alto das nuvens, chove
a chuva que, desta seca,
comove a população,
sendo a sede agora escassa.

Mãos calosas e com sulcos
que, no pedregulho, fazem:
espargir da pedra sangue,
gemer a terra e o vento.

Meses de contentamento;
riqueza hídrica posta
à ebulição constante
da efusão de alegrias.

Meses de contentamento;
na fartura, acolhimento.
Eu canto ao som da lira,
sem saudade, o velho peso.


(12/02/2015 – Ijuí)

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