debaixo da máscara
um eu desabitado
desbotado
tingido de invisibilidade
cativante é a voz do outro em mim
e da outra personalidade
quando o que se mais deseja
é o conforto de um cântaro decantado
e transbordante
mas viemos a isso
quando o sangue passa à tinta
quando as vísceras são alimento
quando a poesia é existente
em nosso interior já moribundo
passamos de entes estagnados
a um universo liberto e volátil
poeticamente visceral de se ser
de se estar, de mudar o de dentro
e destruir a máscara de gesso
no instante da regurgitação verbal
ou da verborragia desenfreada
do poeta/ser
(20/12/2016 – Ijuí)
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