nem tanto
alento
mas a pura
dor de peito
é que faz
de versos, poesia
e do ser,
poeta
e se na
escuridão densa da noite
surgir um
fio-pensamento
sangra-se os
pulsos
faz do sumo
a tinta
e da dor,
sabe-se
verterá das
veias a vida
e mesmo que
a borboleta
não pouse no
ombro
nem mesmo a
mariposa
não se
morrerá de sina
mas se entrará
para cada traço de letra
eternizar-se-á
em sentimento
da existência
poesia de uma vasta
e
turbulenta ebulição
em que não
se distinguirá
o ser poeta
do poeta ser
contando
com a morte de um
para o
outro tomar posse
poética visceral
de campo
mar bravio,
sombra de figueira
(21/01/2017
– Ijuí)