Se
dissesses a mim que o humano se faz ordem,
e que a
casa é nossa:
eu deveria
crer?
Se a manhã
transpassa a claridade para minha cama
(para o meu
lado da cama;
para a dita
cama que supostamente é nossa)
eu deveria
ver o teu corpo nu entre o lençol de seda?
O
incompossível de minh’alma
na luta
noturna entre os corpos
fazendo
ordem direta do querer permanecer;
e a labuta
corriqueira se tingindo de negra
para me
abastecer a pura essência com menos cores.
Se dissesses
a mim que o meu passo iguala-se ao seu
eu deveria
crer?
Se no
cotidiano, ao café da manhã,
derramasses
em minha camisa branca
uma xícara
de café:
eu não
explodiria de raiva?
A luta
árdua de nossos corpos
ligados por
algo inexplicável, inexprimível.
(15/07/2014
– Ijuí)