sábado, 5 de julho de 2014

ASSASSINO

Como trilho o mundo?
Caminhando vou ao meu fim
por me ver no Amor em ato profano
de bendizer o mal que há em mim.

Sem nada de mais,
vou amando e assim dilacerando a alma:

cabisbaixa,
irrequieta,
sangrenta.

Por ter do Amor tirado o sumo:
este afinado veneno do corpo humano;

e nada, nem ninguém deporão contra mim
o ato profano de um Amor visceral
por tê-lo eu vivido outrora
negando minha vida pela dela
e destruindo, em mim, minha própria alma.

Diz-se celeste esta podridão que habita a Terra!
A mão que agora afaga, virá a atirar pedras;
se na roseira há belezas: os espinhos também são dela;
e do Amor, que tenho eu, senão ferida aberta?

Do Amor que me cativa
é a Morte certa nesta vida.
Nego o Amor. Sempre o negarei para assumir a história
de estar preso e sem ação

incendiando ainda mais esta canção profana.


(05/07/2014 – São Paulo)

Um comentário:

  1. Pra contemplar com emoção todos esses poemas, bastar tem em si um pouco de sensibilidade! Parabéns por tanto sentimentos empregados nos teus versos..

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