A putrefação
dos corpos
Que lado a
lado
Em agonia
maior sabem da terra
O acidente químico
dos agrotóxicos
Além um farol
lunar, meu calcário.
Depois de a
terra semeada
O
ajuntamento do rebanho sobre o pasto.
O céu sobre
nossas cabeças é o telhado,
Um pasto bem
verde para o gado na engorda,
Para beber
vem o regato carregado:
Tudo em um
campo com seus lugares marcados.
Do plantio
à pecuária:
A planta
cresce, o gado engorda.
Da colheita
ao corte:
Colhe-se a
planta, abate-se o gado.
Tudo em seu
campo vasto.
Lá na cova,
passando a coxilha,
Depositado os
corpos inertes,
Já sem vida,
que não mais verão o dia,
Ao lado dos
corpos, tem-se outro corpo
Que arremessando
com a pá a terra seca
Alivia o
cheiro mórbido e roliço de carniça,
E sem artes
fúnebres enterra esses dois mortos
Que na moda
velha foram protagonistas
Em guerras
de cavalaria e também no arado.
É do
frescor à soalheira,
É do
relinchar ao silêncio,
É da vida à
morte.
Os corpos
em putrefação
Acomodados
em vala comum
Sofreram da
vida a carga pesada,
Souberam o exato
labor da história,
Mas agora comerão
o pó da terra
E nunca
mais se juntarão debaixo do homem
Ao patamar
da servidão. Agora a estes dois se tem:
A morte, o silêncio
e a soalheira.
(30/11/2015
– Ijuí)
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