Será que
finda ainda a ardência
que meu peito
em brasa clama por socorro?
Ser obreiro
do amor é o meu dano,
e no
entremeio do soluço ouço,
balbucio
nomes e nem tu, Julieta,
podes dizer
de mim o que tanto necessito.
E será meu
fim o Outro Lado,
iluminado a
castiçais d’ouro,
marfim em
teclas de piano
entoando
minha marcha fúnebre:
os
ciprestes, as figueiras, os plátanos.
Cadência
lânguida de ouvir estrelas
e saber
delas meu lar de maravilhas.
Incoerência
de moradas celestes
quando me
sei a mim de estar vivo.
E não me
cabe saber a hora,
a data, os
confins de minha paragem.
Olvidando o
passado, o presente;
caminhante
de vereda estreita:
cerradas as
cercas, minhas cercanias.
O fado de
morrer de amor, a sua nobreza,
fitando o firmamento,
lembrando Julieta.
A ouvir
estrelas, simplesmente a ouvir estrelas.
(03/05/2016
– Ijuí)
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