É noite
alta.
Lá fora o
mar bole mansinho.
Dentro das
casas todo mundo dorme,
e o coração
sangrando morre.
E a dor é
tanta nessa imensidão negra.
O rubor do meu
sangue na profana e pestilenta
rede de
dormir, atada nos galhos do tempo.
O
sentimento com o remo, (seus braços remam),
cantarolando
a canção antiga
das sangueiras
de amores, em voz lenta.
Sibilantes sílabas
de carne e sangue.
A voz afável
e sonolenta da canção antiga.
Ao som da
vitrola cantando a bossa nova
eu te
imagino desfilando em Ipanema.
Ainda não
amanheceu o dia,
nem se
acalmou meu coração doente.
As flores,
por tempo, ainda não floresceram.
Mas em
breve, fatigado, negociarei meu fim
nesse amor
que sinto de ontem, hoje e o sentirei sempre.
(19/01/2014
– Ijuí)
Poeta!
ResponderExcluirAdmiro o tom ,a sonoridade e a tenacidade como descreves sentimentos mesclando como ritmos musicais que encantam e revelam a imensa bagagem cultural que já tens.
Lindo e extremante envolvente.
Parabéns!
Admirardor