Meus olhos
cerrados
Participantes
dessa dança macabra
De olhos e
ternuras marginais
Que não
cabem em minhas pálpebras longínquas
Não estão
contentes em apenas permanecerem
Nessas
órbitas profundas marcadas pelas olheiras ancestrais.
Se de nada pode
o olho aberto ser real.
Se não pode
o olho ardente ser puro.
A dança
macabra, essa orgia ocular
Só pode ser
além do pó e além da vida
O visgo
oculto da luz do dia
E o ar
perfumado da carne tua
Na
densidade profana da noite fria.
Por entre
tamancos e sapatos, a frialdade
Densa de
uma manhã chuvosa e sumarenta
Se fazendo
carne etérea em meio à lava.
E a labuta
diária na escrivaninha do escritório
Com as
folhas espalhadas e molhadas da tinta do café.
Se me
soubessem ser os olhos entreabertos
Poderia ser
o corpo e sua roupagem
A
metafisica do colarinho
E a
margarida dos lindos olhos o figurino.
(09/01/2014
– Santa Maria)
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