Aquele sopro
de realidade translúcida do corpo,
Que invade
a retina nebulosa,
Não parece
tão real quanto à vertigem
De um
delírio confluído e materializado.
Se, à noite,
as luzes apagam
E em meus
ouvidos zombam de mim
E dizem-me
que na travessia da rua deva me atirar,
Atirar-me
para debaixo de um automóvel que busca
Um corpo
instável para colisão.
Se de noite
caminho na escuridão de meu quarto,
E o burilar
do vento à janela pressentindo o temporal
Ouço vozes
a sussurrar em meus ouvidos
Dizendo-me
coisas perdidas, incompletas e purulentas
Não cabendo
mais em mim tanto tormento
Para depois
cair do patamar noturno
E ser
perseguido pela ilusão o dia inteiro.
(13/12/2014
– Ijuí)
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