Artilharia...
FOGO!
Abrimos as
mãos, os braços estendidos
Som abrupto
de estampidos, não sentimos os tiros
Foram
tantos, de todos os cantos da insídia
Que
olvidamos a morte, ela não veio?
Sobre tua
grande face
A grande
face de teu ser
Não fitei
traços de dor, nem medo, vi
Apenas o
esquecimento, esse que nada por entre o sangue
De rubor
secante à umidade dos lábios. A pólvora queimou.
Sem ter pé,
o fundo do poço um possível esconderijo.
Nossos lodos
enigmáticos naufragados ao sangue
Do corpo.
Tudo, tentativa de boiar além
Sendo
reféns de nossas próprias armadilhas.
Cravos
escarlates em nossos palmas
Fomos nós,
no inominável
Que cavamos
o poço; agora afogamo-nos ao seu todo.
Corpos sem
vida a boiar!
Anuncia-se
o cessar-fogo.
Sentido, soldados!
(05/07/2015
– Ijuí)
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