Pode-se
nadar por um rio estagnado
Lago de
ocaso, alaranjado ou rubro
Meu dorso
encharcado atravessa o tempo.
Sou o nadador
nato dos ponteiros do relógio.
Nado, sim,
mas de natação nunca tive aulas
Aprendi a
matéria em decorrência da prática
A vida
ensinou-me.
Após a
descontração dos músculos, deitado
Em beira do
rio-lago, o céu enegrecido, já
Fito cavalos
selvagens, enormes corcéis negros
Em movimentação
rápida-leve, livres de arreios.
Sou um
cavalo negro arisco, livre e robusto.
Muito trotei
por entre a relva de matizes esverdeados
E nada
encontrei de suprimento para anseios meus.
Mas tenho-me
a mim, mesmo selado, agora, para montaria
Depois de
capturado. Regressei. Agora estando solto
Sou meu vassalo,
meu clero e meu próprio rei.
(19/06/2015
– Ijuí)
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