segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ária existencial





















Não posso correr o risco
De uma vida completamente inútil.
Meu sopro amargo de remorso
E negro amor
É o estampido abrupto
Da época de colheita.

E se meus frutos forem amargos?

Agora canto por obrigação
Fazer de minha vida uma canção lunar.
Resignado peito é o que mais chora
Mas, restituído, o amor é o que mais canta.

Portanto cantarei os matizes.
Minha vida agora é gozo
Pois, um dia, agudo fiz o teu.
De amor, realmente, entremearei
O peito. E na candura de uma cantiga
Verterei a voz, na foz da existência humana.


(29/05/2015 — Ijuí)

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