III
Ruana canta,
saudosa, os momentos
Que haviam
sido nossos.
E ainda
assim encanta com seu cantar longínquo
Meu coração,
agora solitário e mudo.
Suspenso
sobre as águas salobras e sanguinolentas
Eu retenho
a filosofia do Lobo da Estepe
Já com
minhas cinquenta primaveras
Solidifico meus
anos para saber um pouco mais do Eu
Na louca
noite de vinho e tempestade.
Suplico-te,
Ruana, que não recuses o coro dos anjos
Que ouças,
mais atenta, a minha voz chamando
Dizendo
Que o corpo
já não é regado em sangue
Mas sim de
sensações orgânicas-espirituais
A necessitarem
de sua seiva para sobreporem-se
Ao estado
de estar adormecido para sempre.
Ruana
suspensa sobre o pensamento
Decide
Mas já é
tarde, meu corpo sucumbe.
E tu sabes,
Ruana, que a vida galgou
E nossas
retinas não viram
O subir de minh'alma ao firmamento.
Ruana, tu
choras, mas já é tempo. Vem!...
(05/06/2015
– Ijuí)
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