I
A minha
casa, bela redoma de vidro
Guarda meu
corpo
De invasões
de sentimentos inimigos.
Longínqua foz,
o olho d’água que me regava
Para ser
ramagem de folhas verdes-vivas.
E tu que me
amavas, Ruana, hoje já não sentes mais
Mas eu,
Jano, aqui, cantando alturas, enquanto
Na realidade
estou em uma campina.
E no cantar
alturas elevo este amor antigo
À condensação
de estar mesmo vivo
Cantando amor,
sem estar a ponto de um grito.
E tu me
amavas, Ruana, porta aberta
É o que tu
tinhas. Hoje, aqui só solidão
E campo
vasto de ervas daninhas.
Minha casa
era guardiã do meu corpo
Hoje é
apenas o restante de um caco
Meu reduto
de poesia e coisas vãs
O que
preenche meu estado de não-vazios.
(02/06/2015
– Santa Maria)
To maravilhada.. Cadente, conciso, poético! Parabéns, meu querido! ;)
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