canto os esquecidos
esses que caminham errantes
sempre à beira
os que margeiam o rio
sonhando
chegar ao outro lado
e o canto perdura
a rouquidão de minha voz descompassada
sem tom
timbre de grito e de revolta
traduzida por palavras incompreensíveis
somente quem entende a dor entenderá
e o remanso
e o som da percussão
um repicar de sinos
meia hora ou hora cheia
vazios
o gosto de um toque ao peito
a voz que persegue o mundo inteiro
é o som que se capta ao redor
de uma realidade que ninguém vê
(03.V.2017 – Ijuí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário