Não nego.
Não,
Nunca negarei os amores.
Não, nunca os amores que tive serão
negados.
E mesmo que eu ande no vale, e a
morte ao meu encalço;
Ah! que amores eu tive e não os
soube aproveitar.
E, Deus, que maravilha a recordação
das mãos enlaçadas,
Dos arrepios da nuca,
Das trocas de olhares.
Não nego.
Não,
Nunca negarei que fui precipitado.
Não, nunca a precipitação será
negada.
E mesmo que as dores da vida ativem
meu senso de ser,
Que as cores da vida me sejam ainda
o sem cor do futuro,
Que os vícios linguísticos me façam
um poeta menor:
Perdoes-me, se poeta eu sou, é por
ti,
E por ti eu me tornei a carne que
sou,
A alma que tenho,
A essência das cores de minha face,
a nódoa de sangue em meu peito.
E não mais.
Entrego-me enfim aos confins de mim
mesmo
Já que a precipitação acabara com o
amor que eu tive.
Então eu danço,
Eu danço noite afora, sem sentidos,
Regurgitando devaneios de um amor
que agora aflora.
E que não tarda a ser destruído pela
minha precipitação.
Aflora a flor, morre, então, o
poeta
Dentro de si mesmo,
Consigo mesmo,
Dançando, enfim...
(28/08/2015 – Ijuí)
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