Ao luar
o meu desejo de carne. Sangue das minhas veias.
Ao luar
o meu desejo de suor. Monstruosos cavalos noturnos.
Suntuosos
palácios de inverno. Ao luar o meu desejo.
Ao
luar o meu desejo da sua carne, sangrando e gemendo na carne minha.
Saudade
que dói e passa. Um ronco ao sono, uma sinfonia.
Meditando
os cálculos matemáticos. Despejo ao luar o meu desejo.
Luar
do meu desejo. Um sono tranquilo, puro e alvo.
Ao
luar o meu desejo de despir-me o corpo em plena neve
Para
apurar-te a retina, um sombrio corpo em meio à lua. Desejado desejo.
Ao
luar o meu desejo de perfeição. Noutra casa. Noutro lugar.
Ao
luar o meu desejo de carne quente, enroscando e faiscando a minha.
Desejo
meu, desejado. No canto, na sala, só não em outro luar.
Ao
luar o meu desejo...
(29/05/2013
– Ijuí)