quarta-feira, 29 de maio de 2013

AO LUAR O MEU DESEJO


Ao luar o meu desejo de carne. Sangue das minhas veias.
Ao luar o meu desejo de suor. Monstruosos cavalos noturnos.
Suntuosos palácios de inverno. Ao luar o meu desejo.

Ao luar o meu desejo da sua carne, sangrando e gemendo na carne minha.
Saudade que dói e passa. Um ronco ao sono, uma sinfonia.
Meditando os cálculos matemáticos. Despejo ao luar o meu desejo.

Luar do meu desejo. Um sono tranquilo, puro e alvo.
Ao luar o meu desejo de despir-me o corpo em plena neve
Para apurar-te a retina, um sombrio corpo em meio à lua. Desejado desejo.

Ao luar o meu desejo de perfeição. Noutra casa. Noutro lugar.
Ao luar o meu desejo de carne quente, enroscando e faiscando a minha.
Desejo meu, desejado. No canto, na sala, só não em outro luar.
Ao luar o meu desejo...

(29/05/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Como podemos chegar a descrisão de um luar, de um sonho, de um desejo e de um sentimento que corroi a gente e que transborda ao encontrar aceitação.
    Não importa o lugar ou siutação vivida no momento nosso desejo é que nos movimenta.
    Linda tuas expressões...
    Continues nesta sua missão.
    Abração
    Admirador

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