domingo, 2 de junho de 2013

FINALIDADE DO FIO

Um cão ladrando à lua. Sua cova medida
Funda. A lua se mostrando ilesa e ilegal aos meus olhos
Fundos. O corpo pregado e inerte. Desfiados os fios
Dos meus cabelos. O suntuoso grito.
O cheiro áspero. A faca que já não corta.
Quem será que pode abrir a porta?

O cão que ladra quando eu passo.

O meu passo que cheira o cão, e que não mostra
A rudeza de minha fatigada mão que levo
À torneira, mas que despida do pudor:
Lavo-a, seco-a e cheiro-a.

Quem dirá à Morte que hoje é dia de Vida?

(02/06/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Aqui algo intrigante... quem não se interroga frente a ideia de Vida ou Morte...
    Gostei muito.
    Parabéns!
    Admirador

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