terça-feira, 11 de junho de 2013

NUNCA MAIS

Amor... Simplesmente vejo o Amor
Em minha janela lunar as fases da lua.
Esse tal Amor vem e me diz:

“Nunca mais!”
Assim como o Corvo de Poe.

Nunca mais Amor, nunca mais além de dor
Sofrimento em forma de verme e corvo: roendo corpos
Já em decomposição.
O Amor que em mim, outrora, elevava a alma
Acalentava o sentimento de vida.

“Vem Amor!”
Suplico:
“Leva-me!”

Mas ele, de longe, repete:

“Nunca mais!”

Nossas loucuras noturnas regadas a álcool.
Cubos de gelo polar, roubados de uma geleira tão distante.
O vidro mesquinho dos copos quebradiços
Trincados. O álcool corruptível, contido em garrafas superficiais.

“Nunca mais!”

Nunca mais a minha carne tocará a carne do corpo de outra
Assim como não completará, sim, “Nunca mais”, a carne do corpo teu
Amada.

A minha carne, o meu corpo, deixado ao solo
Para os vermes necrófagos, o corpo, servir de alimento.
Banhado em sangue, um bálsamo antigo
O meu ser morto e podre para o Amor dirá:

“Agora sim, Amor, NUNCA MAIS!”

(11/06/2013 – Santa Maria)


Nenhum comentário:

Postar um comentário