sexta-feira, 28 de junho de 2013

TRANSFIGURAÇÃO

Manhãs chuvosas naufragadas na ilusão
Sabendo, então, que a solidão morta
Pode, sim, estar viva dentro do sangue
Que corre. E a mata ciliar de minhas veias
É vasta e completa nos meus dias de cheia.

As fazes da lua. As feras sangrentas no meu quintal.
Todas as formas paralíticas de visões perturbadas
Modificando, sempre assim, a minha banalidade.
Sangue vida, hoje ontem, ardor de noites perfumadas
Sabor líquido degustado com dificuldade
Onde o paladar se inunda ainda mais em minha boca.

E se o desgosto se souber de ativa forma
Mesmo de planta irregular. Alvéolo de minhas rochas.
Maquinação do dia. Transfiguração da noite.
Sangue coagulado depositado nas raízes da árvore

Sabe-se lá onde, mas o onde se sabe quando.


(28/06/2013 – Santa Maria)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Vejo aqui uma linda comparação do que vivemos a forma funcional do nosso corpo, máquina perfeita , de engrenagens altamente em sitonia.
    Na vida : sentimentos. ilusão, desilusão, amor e sucesso são partes de nosso organismo oculto e que precisam estar ajustadoscomo o nosso físico.
    Fica realmente uma incógnita sobre como ter dominio e certezas nesta área.
    Belíssimo
    Abraço
    Admirador

    ResponderExcluir