segunda-feira, 10 de junho de 2013

SANGUE

Sangra... Sangra...
Sangra mais que eu lhe dedico
Essas palavras supérfluas
Perdidas em meio ao gelo.
Palavras estas que eu manuseio
Forjadas ao calor e ao frio.

Sangra por sobre esse leito quente.
Sangra dentro desse cálice, para ser
O meu vinho tinto à noite.
Sangra para que eu me aqueça
Dentro do nada dessa banheira com água.
Sangra... Sangra mais que eu lhe enalteço.

Pois do sangrar fez-se a atriz mais memorável
Pois do sangrar fez-se a sangradora mais perfeita
Pois do sangrar rendeu a vida pela morte
Pois do sangrar roubou-me a forma e a sorte.

Sangra... Sangra mais... Que por final
Colherei teu sangue... (“SANGUE”)


(10/06/2013 – Santa Maria)

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