domingo, 8 de dezembro de 2013

LEITO DE LÁGRIMAS

Mancho o meu leito, assim
Com essas lágrimas, que hei de chorar
Por um milênio.
E nada do que chorarei há de adiantar
E de rever o que hoje eu tenho
Pois o que tenho hoje hei de perder
Para que noutros dias tenha de que chorar.

E do simples lençol, que encobre minha cama doce
Hei de fazer tão fino lenço.

Suplicarei a Deus que leve
O que de tão martirizado tem me feito
— O meu tormento —
Que das lágrimas por mim derramadas e convulsas
Hão de ser secadas pelo calor do sol
E as latentes chagas que em meu peito se formam

Serão cicatrizadas pelas lágrimas escorridas
E pelo fino sopro do vento, que levará daqui
O meu lamento.

(08/12/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    A beleza das palavras e os sentimentos expressos são como espadas afiadas a penetrar em mim...e que levam minhas lágrimas percorrem os mesmos caminhos da tua poesia.
    Muito ...muito...muito bom!
    Parabéns!
    Admirdor

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