domingo, 1 de dezembro de 2013

INCONGRUÊNCIA

Se é do amor que sorvo
O celestial sumo do teu peito
É nele que derramarei o meu viço tão discreto.

Hei-me de ser incorruptível (como a memória)
Crispando e moldando o meu viver
Dentro de um vaso fino de porcelana
Ou por sobre uma tigela de vidro claro.

Se é do amor que retenho vida
(Agruras indistintas nessa noite)
Hei-me de ser tão solitário (ou prematuro)
Dentro de um peito que, até agora, permanece vazio

Para gritar diante da noite:
Que um ser humano morreu sem ter vivido
Que um ser humano viveu, quem sabe
Sem ter, na vida, amado.

(01/12/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Gostei muito disso....Para gritar diante da noite:
    Que um ser humano morreu sem ter vivido
    Que um ser humano viveu, quem sabe
    Sem ter, na vida, amado.

    Calou fundo....
    Abraço
    Admirador

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