Meus passos
vão, assim, ao relento
dando luz à
escuridão do desalento,
macerando em
cada pé o pasto seco,
mutilando o
meu anseio
sem mais
ter por onde andar.
Meus passos
cantam o orvalho da noite.
Sinto, em
mim, formar a geada densa
fria como a
mão de um desfalecido
sem ter
para onde ir:
morte do
chão, em mim, sem ter por onde.
E nada do
que a vitória de cantar
o meu entreabrir
de asas, ruflando o vento
sentindo o
balbucio do canário
solto,
jubiloso: seu canto há de encantar meu corpo.
Sem temer
da vida a morte: passei viajando.
(05/05/2014
– Santa Maria)
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