sábado, 3 de maio de 2014

O FENECER

O agudo som de meu adolescente coração
perpétuo é mesmo que me tenha o tempo dado
a idade fenecida de uma morte alucinante
não podendo eu ter por cá o que um dia
pudera eu ter por outro lado menos perigoso que a poesia.

Virtudes: nunca tive!
Nem mesmo algo que completasse meu humano vazio,
que nas noites frias do inverno meu corpo aquecesse
junto à lareira incendiada.

Minhas lembranças são corvos que sobrevoam meu presente,
à espreita de poder roer a carne sumarenta de meu futuro,
mas além-mar vive minha heroína
que me salvará da eminente derrota.

Saberei eu que o mar é longo?

Meu corpo morrerá imerso na água salobra
sendo enterrado nas profundezas do mar
na areia da eternidade de um sopro da morte ao meu lado
por ter e ser, em vida, muito pouco amado.

(03/05/2014 – Ijuí)

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