O agudo som
de meu adolescente coração
perpétuo é mesmo
que me tenha o tempo dado
a idade
fenecida de uma morte alucinante
não podendo
eu ter por cá o que um dia
pudera eu
ter por outro lado menos perigoso que a poesia.
Virtudes:
nunca tive!
Nem mesmo
algo que completasse meu humano vazio,
que nas
noites frias do inverno meu corpo aquecesse
junto à
lareira incendiada.
Minhas
lembranças são corvos que sobrevoam meu presente,
à espreita
de poder roer a carne sumarenta de meu futuro,
mas além-mar
vive minha heroína
que me
salvará da eminente derrota.
Saberei eu
que o mar é longo?
Meu corpo
morrerá imerso na água salobra
sendo enterrado
nas profundezas do mar
na areia da
eternidade de um sopro da morte ao meu lado
por ter e
ser, em vida, muito pouco amado.
(03/05/2014
– Ijuí)
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