Não deixo
meu fogo morrer,
pois dessa
vida muito já se apaga:
são, por
trás do mato, as pegadas;
são,
durante as noites, as vigílias.
Tudo cai ao
esquecimento.
Não deixo
minha vida findar.
Caibo
dentro do som, o cantar:
canto da
vida o som secular
dos meus
poros, às últimas moléculas.
Não é de o
sopro o raiar.
Minha rústica
serenata de amor
não cabe
dentro dos ramos de flor.
Minha
seresta vertiginosa numa flauta
sibilando, os
versos sonoros, o coro ao redor.
Minha vida
é o eterno passar, mas
o que fica
é o perpétuo anseio de existir.
E, por cá,
chamo teu nome
(denúncia
do chamamento de outrora)
quando o
corpo sonha com o que nunca teve.
Nem mesmo o
tem no tempo de agora.
Mas há de
se saber tudo, em breve.
O alento da
alma, uma poção lunar,
em que o
corpo se entrega à moléstia
de dormir,
depois da vida, ao raiar:
e de cada
verso meu, fazendo o ciciar
do que não
coube ao tempo provar
as notas da
flauta que o sopro da noite
nunca soube
tocar.
(22/05/2014
– Ijuí)
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