sábado, 28 de março de 2015

Caminho-velocidade

A Cabeça - Santa-Rita Pintor



















O caminho;
Os desvãos do caminho, dentro da flora,
São tortuosos e mortais:
Passemos por eles, então.

O que devemos preferir dentro da mente, em densidade
                                                  [suprema,
Para conduzir-nos além?
O convívio com o profano da foz, da voz, desse sonido que
                                [retine em nossos tímpanos.
Nada se cria com passadismos.
O mundo dos sons, do vozerio que, rrrrruuu, urra com a
                    [força contida em seus pulmões poluídos
De fumaça de fábricas e automóveis.

Por dentro a poesia se concretiza,
Mas é ao exterior que sempre será suprema.

A força de tração dos automóveis,
O grito das correias dentro das plataformas de utilidade da
                            [infantaria naval e aeronáutica
Fazendo com que os grandes jatos e navios de tamanhos
                                               [descomunais
Deem vigor, ainda mais, à força bélica do país
Tomando, à guerra, a atitude de higienização prática da
                                                [sociedade.

Não temamos, companheiros, as forças superiores que vêm da
                                                  [máquina,
O avanço convulsivo dos artefatos que nos dão praticidade:
E sons fortes.
Não temamos.

Continuemos a praticar nossas ações, mesmo que supérfluas.
Nem tudo é arte,
Mas a arte está em praticamente tudo;
E o nada é que completa o interior do poeta.

Não sei da Vida,
Não sei da Sina.
Só sei da Força,
Da Velocidade
E da Euforia.

Uma Euforia mista com Agonia: de ter carapaça limitada,
                                                 [contendo,
No interior,
A ilimitada vontade de viver a velocidade do passar do
                                                    [Tempo.


(28/03/2015 – Ijuí)

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