A Estêvão
DeLarge, meu amigo
Andei por
entre ruas de enorme escuridão,
Topei com
anjos negros, de garras e dentes afiados,
Perfilados em
minha frente
Tapando a
passagem.
Negligenciei
meus próprios estímulos e instintos,
Sofri as calamidades
da solidão e da angústia.
Disse, a
mim mesmo, que o dia é nostálgico,
Que a noite,
sempre enorme, é a minha casa.
Em qualquer
lugar uma moça pare um menino:
Ou o jogará
no contêiner de lixo,
Ou o
venderá no mercado negro
Para um possível
ritual de bruxaria.
Mas eu
mesmo estive na imensidão de um cemitério.
Busquei, às
sepulturas, todos os tipos de epitáfios:
Cantei,
gritei e senti a dor de estar no silêncio eterno.
Quebrei a
voz, medi meus dentes e rasguei a carne...
(31/03/2015
– Santa Maria)
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