Por entre a densa vegetação vive o
tempo passado
Que, com seus meticulosos
tentáculos, alicia a mente para nela depor memórias:
Artefatos que conduzem o Homem à
funesta morada da estagnação evolutiva.
Minhas artérias levam o sangue-tinta
ao tinteiro do irrestrito
Esta mansão de tijolos e concreto,
com aparelhagem elétrica e motivos de usar um bastão de plástico para mudar os canais
de um televisor
Que logo-logo será ativado a partir
dos sonidos de nossas pregas vocais.
Se me cabe um desejo, este que eu
tanto almejo em minha mente,
Poder olhar para trás sem sentir
angústia, mover os olhos da memória e ser levado em direção de um locus que será de melhor viver,
Mas a loucura está na visão do
passado. Queimem os retratos,
Aticem o fogo contra as paredes
repletas de escamas de papel tingido sem nenhum significado,
Que deixemos de usufruir de antigas
palestras, que sejamos capazes de progredir unanimemente para o estado elétrico-corajoso-destemido
Causando aos olhos de outros seres
humanos o estranhamento primordial de um futuro sobreposto ao tempo de agora,
pois o presente agora já se foi
Dando espaço-vantajoso para um novo
viver.
E onde se encontra a profundidade
do rio que passa; nesse rio em que nunca nos banharemos nas mesmas águas?
E a cólera, profundidade mestra, de
uma mente insana, que, poeticamente, banha-se em todas as águas: água que forma
o rio, rio que move roda, roda que cria energia, energia que gera a luz elétrica,
a luz elétrica que ilumina a noite, a noite que nos faz dormir quando não se tem
luz elétrica;
Mas, meus camaradas, não queiram
dormir,
Dormir é a atitude mais estúpida, e
a pergunta primordial é:
— VIVER OU MORRER? —, a questão é
esta.
Então, na magnífica fábrica de
utensílios mecânicos de ignição elétrica
Mora o desejo de se sobrepor aos
maiores riscos de um dia a máquina dominar o Homem:
MÁQUINA + LIBERDADE = REVOLTA > HOMEM-INVENTOR.
(07/03/2015 – Ijuí)
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