Quanto
tempo faz
que
nos falamos pela última vez e que comentamos o céu, o orvalho, o mundo em si,
quando foi?
Quanto
tempo faz
que
o dia não se mostra mais como era, e, mesmo assim, não sabemos o que mudou: se
fomos nós ou se foram os outros. Lutamos o dia todo e não perguntamos, quando
foi que nos falamos?
Quanto
tempo faz
que
a imagem que tínhamos um do outro era delicada e simples, sem excessos, mas com
precisão?
Quanto
tempo faz
que
eu contava os dias para poder chegar perto de ti e, sem medo, dizer tudo o que deveria:
que o amor não é pequeno e que a paixão pode ser passageira onde, cada um sinta
a necessidade do outro, estando perto ou não?
O
tempo já se fez
com
certeza ele se fez muito bem. Fez-se como deveria de ser. Juntando os opostos,
num desenho sem fim, acreditando mais na poesia, colorindo mais a ilustração,
criando situações. Então, chega de lenga lenga, vamos, novamente, direto ao beijo
para terminar com toda essa tortura.
(12/03/2013 – Ijuí)
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