Cultivei o meu jardim de
amores
Já que a vida se faz com
cores.
Cultivei o meu jardim de
sonhos
Já que neles pude encontrar
afagos.
Caminhei pela rua, noite
alta
Não vi fumaça nas chaminés.
Corri para os bares sem
chances
De uma embriagues quase instantânea.
Não fui aos consultórios psiquiátricos
Em busca de um alivio.
Cultivei o meu jardim de
amores
Já que a vida se faz com
cores.
Cultivei o meu jardim de
sonhos
Já que neles pude encontrar
afagos.
Joguei fora tudo aquilo que não
me servia.
Joguei ao lixo meus
desenhos, rascunhos incompreendidos.
(Nunca fui um bom desenhista).
Descobri-me, então, algo que
é de um dom artístico –
Encilhei as minhas palavras
e galopei
Galopei o mundo da linguagem
–
Senti-me gente, um artesão
na chuva
E no escuro. Creio que nunca
lerão
Isso o que escrevo. Ou se forem
ler
Não darão importância.
Nunca fui ligado a um
formato
Nem a uma cortina que
exprime delicadeza.
Cultivei o meu jardim de
amores
Já que a vida se faz com
cores.
Cultivei o meu jardim de
sonhos
Já que neles pude encontrar
afagos.
Cultivei o meu jardim de
coisas
Já que o instante o quer
assim.
Cultivei o meu jardim nas
brisas
Já que há tempos era muito mais
que um jardim.
(14/03/2013 – Ijuí)
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