segunda-feira, 25 de novembro de 2013

BREVIÁRIO

Com a boca fechada, assim
Uma varejeira, mosca trincada

De se saber um dia feito
Noutro dia o descontente está ativo

E a morte aberta no céu sem cor
Estando o mar sedento pela água salobra.

Mesmo que os fetos natimortos
Apodrecendo o útero materno

Lacrimejando os olhos dos visitantes
Maquinam a maquilagem de um velório.

E nem por isso não era eu.
Nem eu me fazia, assim como tu fazias

E as façanhas nubladas e congestionadas
As despudoradas pombas estão mortas na beira do cordão.

E nele também um ente mentiroso e raivoso
Que me mordeu, passando-me essa vil doença

De nunca aprender a dizer: “Eu te amo”.


(25/11/2013 – Santa Maria)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Me surpreende cada vez mais.Tuas expressões evoluindo ,amadurecendo trazendo um novo olhar sobre o ato de ler, escrever e sentir a poesia.
    Admirável.
    Admirador

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