Se me cabe ao léu gritar alturas,
infrutíferas árvores de amargor
E a chama que outrora ardia em meu
peito aberto, fumegava
As gotículas de saliva derramadas
pela boca suculenta hoje, agora
São marcas do vapor dos mares, que
vêm e vão, sem direção exata.
Ouvi a voz dos sons cantando a longínqua
abertura de um coração
Sem dó nem piedade eu fui cavando
para achar lá dentro uma lacuna
Que poderá ser preenchida por minha
agudeza e meu engenho
E se de nada basta para ti, ó vil
desejo, de me fazer extremo e corrosivo:
Hei de morrer nas trevas do temor
vivente, para ser usufruído
Sem o mínimo desejo. Pois na morte
certa de um rútilo no entremeio
E as trevas piores das mais
pútridas avenidas, hei de sofrer os piores castigos.
Que do amor real não tenho
conhecimento. Sei mesmo é de um momento — Momento de fagulha em meio às chamas,
brilho intenso em meio às trevas
Claridades ofuscadas, opacas facas
afiadas, luminárias com lâmpadas queimadas.
Em que o céu é só de nuvens cinza,
chuva sem cor, e o cão ladrando para o nada
Sem ter, na noite, a luz da lua, e
nem sequer um osso para ser roído e devorado.
Era, o pássaro, a minha
experiência: ser trinado livre, sem pudor, gorjeio meu
Espantando todo o risco, para ser
ouvido ao fim da tarde ou ao fim do mundo.
(05/11/2013 – Santa Maria)
Poeta!
ResponderExcluirMúsica, riso, encantamento, dor, temor e demais situações são reveladas nas mais diferntes fases de nossas existência.
Lindo ver de forma poética....trabalhada com equilíbrio, ou busca do equilíbrio que enaltece a vida , o sonho e o amor!
Parabéns!
Admirador