Pássaros
cansados, sobre o fio de eletricidade
Movidos
pelo combustível do ar, mantidos
Pela pureza
aguda, esgarçando suas penas
Maquinando a
maquilagem rubro-amarelada
Do por do
sol. Os pássaros que voaram nas nuvens
Sobrevoaram
as cidades e o litoral; nadaram
A ebriedade
líquida das estrelas; comeram
Os grãos da
tolerância e viveram o néctar das folhas:
Com esses
pássaros voei. Sorvi da vida aérea
As vilezas,
e de minhas fezes líquidas degradei-as
Todas em
pura felicidade humana: salpicando
Estatuas,
bustos, bancos e calçadas dessa leve cagada
Monumental.
Dizendo-me de andorinha a pardal
De humano
constipado a essa esbranquiçada diarreia
Para ser
uma pena plainando o vento — saindo do pombal.
(28/10/2013
— Ijuí)
Poeta!
ResponderExcluirO que mais desafiou o homem é o ato de voar. Impõe o desejo de liberdade e sem limites.
Nas linhas que hoje aprecio e que você descreve o anseio da humanidade presa em conceitos e preconceitos culturais e que a sociedade praticamente impõe.
Misto de mistério e sonho me fez...VOAR!
Parabéns