Vem! Que é minha a tristeza aguda, profana ferida
A dor de estar incompleto, angustiado, sem vida
Em que a loucura reclama sua parte do corpo
E toma, para sempre, a parte importante, um cérebro morto.
Vem! Que é minha a tristeza aguda, os sons inexatos
O nó da garganta, os raros batimentos cardíacos
A vontade de surpreender o seu próprio instinto
Comendo os miolos e os resíduos corpóreos de um rato.
Não venha! Pois que é minha essa estação.
Pois que é sua a condição de silêncio.
Pois que é nossa a vasta sala de um velório
Não bastando apenas o corpo: ossos em precisão.
Não venha! Pois que é minha a fissura do crânio.
Pois que é sua a armadura de metal duro.
Pois que é nossa a ventania do final da tarde
Trazendo-nos os últimos vícios da vida e os uivos dos mortos.
(Estêvão DeLarge & Érico Zardin)
Poeta!
ResponderExcluirAgora em parceria.... uma bela surpresa!
Gostei!
Tem uma forma muito tua nas expressões que usas em seus poemas.
Esta para mim foi marcante:
"em! Que é minha a tristeza aguda, profana ferida
A dor de estar incompleto, angustiado, sem vida
Em que a loucura reclama sua parte do corpo
E toma, para sempre, a parte importante, um cérebro morto...."
Forte e enigmático
Parabéns!
Admirador