terça-feira, 22 de outubro de 2013

LUXURIANTE

Quem renderá os uivos histéricos
Olhando pela janela de um carro em movimento?

Ouvi os meus próprios uivos.
Cantei as minhas próprias cantigas.
Sorvi o meu próprio escárnio.
E sofri do meu próprio pecado.

A carne fresca do teu corpo, tenra e suculenta
Que se deita e umedece a minha cama
E torna-a um poço de luxuria, com flores
Perfumes e incensos. Assim se faz o nosso momento

Para sabermos estarmos sempre sendo
E a paixão volátil dessa carne sanguinolenta
E as mariposas nos bicos de luz opaca
Que no espelho criam um cintilante reflexo.

Deito assim, relaxado por sobre o teu corpo
E nele entrego o meu fino presente.

A voz, trêmula; o suspiro, fogoso; a fagulha, ardente.
E nada mais se repete. É a morte do corpo de um
Para renascer completamente no corpo do outro.


(22/10/2013 – Santa Maria)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Dentro da nossa existência, momentos que marcam nossa vida, são as que estão ligadas a emoções e sentimentos.
    A expressões que você retrata em sua hoje. Isto faz com que a nossa memória lembre dos momentos em que isto foram vividos e resgatados. Momentos lindos, temerosos e intensos.
    Parabéns!
    Admirador

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