terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A BELEZA RECONHECIDA


Não quero. Não. Não quero um amor
Chorado na solidão, na escuridão
Do meu quarto. Preciso, sim, eu preciso
De algo confortável e muito estável
Para que na grandiosa noite eu derrame:
Urros, gritos. Derrame o meu pranto.
Inevitável é o choro, inevitável é a dor...
A solidão é uma escolha, não uma saída.
Todos nós sabemos que do amor (correspondido
Ou não) nos restará a frieza e a incalculável
Tamanha falta de companhia, perto ou longe
Úmida ou seca... Não quero. Não. Não quero
Chorar por algo que não terá mais fim
Sabendo sempre que o sopro vem de mim
Sabendo que a aurora trará sossego
E repentino movimento: a constelação.
O meu arrependimento e a minha felicidade.
Numa manhã fria tu serás meu cobertor
Numa manhã quente tu serás o meu vento
Numa manhã escura tu serás a minha lua
Numa manhã, apenas, tu serás a minha companheira
Mesmo que não sintas o grande amor que eu sinto
A dor será nula, pois na cama o corpo se entrega
Destrói toda a trama, e nos consumimos
E nos refazemos; simplesmente nos compomos
Com rimas ricas e acordes complicados
Pois em uma única noite, um sentimento
(Eu sei) nunca foi tão grande e belo.

(01/01/2013 – Ijuí)

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