Manifesto
o meu desejo com olhares
Olhares
quentes que devoram
Que dilaceram
a carne, que cometem delitos
Que somem
quando ela percebe
Mas que
voltam a brilhar quando ela sorri.
Quando
ela me dá a mão. Quando
Nos damos
as mãos. Quando eu percebo
Que o
seu coração está dividido.
Um som
incompreendido que grita
Nos meus
tímpanos, e me deixa surdo.
Manifesto
o meu desejo com o toque
Com o
toque do braço, que nos enlaça
Que nos
prende onde mais queremos ser
Presos:
uma cama. Manifesto o meu desejo
Com o
abrir das portas, quando no fim
Da madruga
visto as calças, ponho a camisa
E vou-me
embora para casa com um pesar
Imenso
no peito, pois dela é o meu coração.
Manifesto
o meu desejo com solilóquios
Com risos sem compromisso, esses risos
Que não
sei de onde surgem, mas que
Em uma
noite nada disso faz tanto sentido.
Sentido.
Sentindo. Partindo. Corrompendo...
Manifesto
o meu desejo quando deito
Na cama
e espero o tempo que for necessário
Para
a alta produção em que se empenha
E provamos
o sabor do orvalho e das cerejas
Nessa
noite de estréia das muitas que virão.
(03/01/2013
– Ijuí)
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