segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

PRÉDIO DO NOSSO SER

Construo o imenso prédio do meu ser
E nele escondo minhas obrigações
Abraço sentimentos. Concluo
Pedra por pedra, e dentro delas
Como oleiro, faço do barro: sofrimento.
Construo o imenso prédio do meu ser
Com todas as falhas humanas contidas
Em mim. Nele desfruto o sabor
Da ignorância líquida. Escondo nele
Todas as frustrações pelas quais passei
Deixo nele o que viverei. Deixo nele os amores.
Deixo nele o sabor doce da vitoria.
Esse prédio imenso do meu ser, construído
Por mãos calosas. Tenho o direito de tirar
E de pôr o que bem entender, pois, afinal
Sou oleiro do meu destino. Marinheiro
Fiel do meu barco a velas. Sou o cão guia
Do meu futuro cego. Sou eu mesmo
Que na dentição da noite, plantei-lhe
As sementes e colhi os frutos maduros
Do hoje. O amanhã nos pertence, e muito mais
Está por vir. Basta-nos construir o imenso prédio
Do nosso intimo, fabuloso e frutífero ser.

(21/01/2012 – Ijuí)

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