sábado, 19 de janeiro de 2013

FALTA


A via vazia. O vazio. O granizo.
Todos os sons evaporados
Meu peito aberto. Minha mente
Suja sentimentos. Abusa
Momentos de prazer em total
Solidão de corpo. A matéria
Some de meus contatos.
A via vazia de meus neurônios.
O vazio azedo dos meus pensamentos.
O granizo de dureza gelada.
O peito aberto pedindo ao nada
O peito aberto pedindo nada.
Muitos dos bonecos sem cabeça
São marionetes do destino
Lutando cicatrizes, almejando
Uma coisa intocada e sem valor
Ao mundo dos humanos animados
Mas uma coisa valiosíssima
Ao mundo dos inanimados bonecos
Algo que o mundo desconhece
Algo que a natureza produziu
Algo que o teor de açucares
Sobe ao máximo. Algo que
O teor do sabor é suculento
Encorpado. Algo que a visão
Não pode ver. Algo que o tato
Não pode sentir e nem o paladar
Degustar. Isso é a presença
A presença de quem se ama
A presença de quem é esperado.
Sofro de lonjuras. Mal que encobre
E sacode o que tem dentro.
Sofro de lonjuras. E a falta abastece
O peito meu, sofrendo e suplicando
Clamando aos céus a tua volta: – Vem?

(19/01/2013 – Ijuí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário