apenas
sinto muitos pesares,
mas
do amor,
esta dor maior,
não sinto
nada.
nem sinto
compaixão da arte de amar:
que não é
arte,
é
desespero,
é uma
agrura desmedida
que desta o
nó
dos
putrefatos desejos
da libido,
este amor de
carne.
não sinto
amor,
nem sou
amado e
nunca serei
amado.
não sinto
nada disso,
nem falta
eu sinto, pois
nunca tive.
sou seco. e
penso:
quão
repulsivo é o amor.
não amo.
apenas
sinto muitos pesares,
mas
do amor,
esta dor maior,
não sinto
nada.
não amo,
nem mais
pesares eu sinto:
apenas pena
por tão
boas almas
perderem-se
no desvão de uma cadeia
que além de
prender,
tortura e
esquarteja.
fui
treinado para a crise,
adaptado
para a estiagem do organismo.
nada faria
sentido
se o
sentido não tivesse
sido
deturpado.
sou soldado.
e o abutre
sanguinário
de nome
amor
está
foragido.
nunca tive
tempo para
conversinhas.
cadáveres
humanos,
entregues
ao sofrer maior (o amor),
expelindo o
odor
do
sentido
putrefato
na maior
orgia
dos
sentimentos cáusticos:
abaixo ao
amor.
(01/01/2015
– Ijuí)
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