segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Exercícios poéticos














Num exercício poético,
no submundo do seu campo,
o poeta canta o canto
poético e mui malvisto.

Canta uma porosidade:
manta asfáltica, a cidade.
Centro urbano é corrosivo,
é o adensar-se aí por dentro

e o dissolver-se cá fora.
Que tanto muda, poeta?
Adensa-se no teu campo,
sê poeta das coxilhas,

cante teus campos bem verdes,
a mata virgem, teu tempo,
teu bem fazer. Não o adensar-se
que adquiriste por vaidade.

“Estes versos, Meus Senhores”,
(disse o poeta vadio),
“são frutos de ócio e de tédio,
que se passaram no quarto
escuro de um manicômio.”

(24/01/2015 – Ijuí)

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