O som
do branco
Conformado
com minha quietude
Resolveu
calar.
E mesmo
que eu suplique em pensamento
A telepatia
com a cor
Não funciona
O branco
quer ficar calado.
Funciona,
para mim, tirar um punhal
E atirá-lo
sem ver
Sem saber
em quem acertarei.
Feri-me
calado, na noite surda
Que realmente
não queria escutar o meu gemido;
Acertei
a cor do lado mais sombrio
A Cor
do Nada, o transparente.
Não
sabia que estaria no jogo tal ameaça.
Joguei
o punhal
Como
quem joga uma pedra
Mas pedra
sangra.
Sangrou,
também, a Cor do Nada
Que revidou
atirando um garfo
E me
acertou.
Não
sei se me valeu
Ter brincado
com coisa séria
E assim
Nunca
mais olhei a Cor do Nada
Com esses
olhos que veem a vida.
(15/02/2013
– Ijuí)
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