Construo a minha imagem
Como quem faz alguma relíquia.
Sou eu mesmo quem talha a
madeira.
Tronco rígido sangra como eu
sangrei.
Pela face, minha face de
madeira, cai
Cai uma lágrima
Sobe uma imagem
Desce uma paisagem.
Construo a minha imagem para
lembrança
Lembrança dedicada aos meus
futuros
Aos meus futuros que estão
por vir.
Derramo lágrimas de amor
pelo meu trabalho
Que em cada palavra eu
sangrei à noite
Que em cada ponto e vírgula
era uma ansiedade
Que dominava o peito sem se
saber o que viria na história.
Fui eu.
Sim.
Fui eu quem talhou essa
imagem.
E a madeira, talvez, nunca deixe
de ser
Mas meu corpo será roído pelos
vermes.
(13/02/2013 – Ijuí)
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